Atenção redobrada: Rondônia registra explosão de casos de HIV entre jovens

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Faixa etária mais atingida é a de 20 a 29 anos, responsável por 37,1% dos registros (Foto G1)

A onda de novos diagnósticos de HIV entre jovens em Rondônia acende um sinal de alerta. Entre 2022 e 2023, houve um salto de 15,47% nos casos — mais de três vezes acima da média nacional, de 4,5% (Serviços e Informações do Brasil). A faixa etária mais atingida é a de 20 a 29 anos, responsável por 37,1% dos registros (Serviços e Informações do Brasil). Além disso, homens que fazem sexo com homens representam 53,6% dos casos, e 63,2% envolvem pessoas negras ou pardas (Serviços e Informações do Brasil).

Avanços

Apesar do aumento de casos, a mortalidade por Aids apresenta queda. Em 2023, o índice caiu para 3,9 óbitos por 100 mil habitantes, o menor desde 2013, com 108 mortes registradas (Serviços e Informações do Brasil). A expansão da PrEP (profilaxia pré-exposição) é outro ponto positivo: o número de usuários saltou de 160 em 2022 para 411 em 2024 (Serviços e Informações do Brasil).

Campanhas de prevenção também ganham força. Durante o Carnaval de 2025, o governo estadual distribuiu mais de 424 mil preservativos masculinos, 66 mil femininos, 17,8 mil géis lubrificantes, 1.870 autotestes de HIV e 155 mil testes rápidos de ISTs — especialmente focados nos jovens de 15 a 29 anos.

No combate à transmissão vertical (de mãe para filho), Rondônia tem se destacado: 39 dos 52 municípios já foram certificados pela eliminação dessa forma de transmissão. Cidades como Vilhena conquistaram certificação tripla (HIV, sífilis e hepatite B), enquanto Ariquemes, Ji-Paraná e Cacoal estão em avaliação para reconhecimento internacional pela OPAS/OMS.

Estigma

Porém, apesar dos avanços técnicos, o estigma continua sendo um obstáculo. No Brasil, 52,9% das pessoas que vivem com HIV relatam ter sofrido discriminação, e 38,8% mencionam comentários ofensivos ou fofocas (Serviços e Informações do Brasil). Esse impacto afeta diretamente a adesão ao tratamento e a busca por testes, especialmente entre os mais jovens.

Caminhos

Embora Rondônia tenha evoluído no diagnóstico, prevenção e redução da mortalidade, os jovens ainda são os mais expostos. Para reverter esse cenário, especialistas defendem:

  • Maior presença da educação sexual nas escolas;
  • Ampliação do acesso à PrEP;
  • Campanhas permanentes de conscientização;
  • Ações efetivas contra o preconceito.

 

Redação Canal Rondônia