Porto Velho repete último lugar no ranking de qualidade de vida; transparência e ação são exigidas

Compartilhar

deterioração de indicadores em Porto Velho já chamou atenção de especialistas e observadores (Foto internet)

Porto Velho permanece como a capital brasileira com pior Índice de Progresso Social (IPS). Com pontuação de apenas 57,10, a cidade rondoniense aparece em último entre 27 capitais, segundo o IPS Brasil 2024, um claro sinal de que a estrutura social da cidade permanece extremamente debilitada.

Causas identificadas

O estudo avalia aspectos como necessidades humanas básicas, bem-estar e oportunidades, e revela falhas gritantes em áreas fundamentais:

  • Saneamento básico: índice de 32,93, o pior entre todas as capitais, com apenas 9,89% da população tendo esgoto tratado.
  • Segurança pessoal: nota 39,57, ficando atrás somente de Manaus.
  • Meio ambiente: desempenho de 43,29, figurando entre os mais baixos do país.
  • Liberdades individuais: pontuação de 49,89, segunda pior entre as capitais.

Além disso, dados do Trata Brasil reforçam o colapso em saneamento: apenas 9,9% dos domicílios em Porto Velho têm acesso à coleta de esgoto e apenas 41,8% recebem água tratada.

Contraste com avanços pontuais

Apesar dos dados, a capital inaugurou uma nova rodoviária em dezembro de 2024, prometendo infraestrutura urbanística mais moderna.
No entanto, iniciativas isoladas não compensam as falhas crônicas em serviços essenciais à população.

Pressão da sociedade civil

A deterioração de indicadores em Porto Velho já chamou atenção de especialistas e observadores — segundo levantamento do Instituto Cidades Sustentáveis, a capital de Rondônia lidera diversos rankings negativos, especialmente em desigualdade, feminicídio, tratamento de resíduos e emissões de CO₂ per capita.

Olho vivo nos números

A persistência de Porto Velho no último lugar do IPS sinaliza, mais que falhas administrativas, uma ausência de política pública consistente e de impacto social. Não é mais aceitável que indicadores básicos evoluam lentamente num ritmo que mal consegue acompanhar o crescimento populacional.

É hora de transformar discursos em resultados concretos, com transparência real na aplicação dos recursos públicos e planos articulados que priorizem saúde, saneamento e segurança nas áreas mais carentes da cidade.

A sociedade está atenta. E não deve se contentar com placas inauguradas se, atrás delas, a vida da população continua estagnada.

Redação Canal Rondônia