A capital de Rondônia, Porto Velho, tem sido palco de uma sequência de ataques violentos que expuseram a fragilidade do sistema de segurança pública no estado. Desde domingo (12), a cidade tem vivido momentos de tensão, com assassinatos de agentes de segurança, explosões, incêndios criminosos e ataques coordenados por facções.
A crise começou com a execução de dois policiais: o cabo da Polícia Militar Fábio Martins foi morto no condomínio Orgulho do Madeira, na zona Leste, enquanto Francisco de Assis Oliveira, ex-policial penal, foi assassinado em um restaurante na zona Sul. Esses homicídios teriam sido orquestrados por lideranças das facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), em represália às operações recentes da PM que resultaram na morte de três criminosos.
A ousadia dos criminosos não parou por aí. Ainda no Orgulho do Madeira, enquanto policiais investigavam o homicídio do cabo Fábio Martins, uma bomba foi detonada contra um totem de segurança, demonstrando um claro desafio às autoridades. Durante a noite, outros ataques começaram a se espalhar. Ônibus escolares e urbanos foram incendiados em diferentes pontos da capital e municípios próximos, incluindo Itapuã do Oeste, Candeias do Jamari e o distrito de Extrema.
Os episódios de violência se intensificaram na segunda-feira (13) e na madrugada de terça-feira (14). Além dos incêndios, criminosos atacaram uma escola na zona Sul, efetuando disparos e tentando incendiá-la. A PM, com apoio de outras forças de segurança, respondeu com operações intensivas, prendendo um suspeito diretamente envolvido na morte do cabo Fábio Martins.
Mesmo com algumas ações preventivas, como a prisão de suspeitos e a intensificação do policiamento, a sensação de insegurança persiste. Ataques simultâneos, como o incêndio de um caminhão em Extrema e um ônibus no bairro Teleacre, evidenciam a capacidade de articulação dessas organizações criminosas e a dificuldade do Estado em contê-las.
A população, atônita, vive entre o medo e a indignação. A fragilidade do sistema de segurança pública em Rondônia revela uma estrutura que, embora conte com profissionais dedicados, parece insuficiente para enfrentar organizações criminosas tão bem estruturadas. O uso de bombas, coquetéis molotov e armamento pesado é uma demonstração clara do nível de ameaça que essas facções representam.
Porto Velho, que já enfrenta desafios em diversas áreas, agora vê sua rotina transformada em um campo de batalha urbano. As operações policiais continuam, mas a questão que ecoa entre os moradores é: até quando a cidade suportará viver sob o domínio do medo?
REDAÇÃO
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